O Modelo das Preferências Individuais
Especula-se que a origem da Teoria de Temperamentos tenha sido na Mesopotâmia ou no Egito Antigo, apesar de que foi na Grécia, através do médico Hipócrates (460-370 A.C.), que este conhecimento foi registrado pela primeira vez. Ele acreditava que o humor, as emoções, e os comportamentos das pessoas eram determinados por diferentes fluídos corporais. A dominância do sangue acarretaria nas características psicológicas dos “Sanguíneos”, da bílis amarela nos “Coléricos”, da bílis negra nos “Melancólicos”, e da fleuma (secreção de garganta) nos “Fleumáticos”. As descrições destes quatro grupos de disposições psicológicas foram objeto de análise de diversos pensadores, resumidamente representados na tabela abaixo.
David Keirsey era um estudante de pós-graduação e pesquisava estes agrupamentos quando conheceu em 1958 o instrumento psicológico desenvolvido por Isabel Myers e sua mãe, Katherine Briggs, baseado no livro Tipos Psicológicos, de Carl Jung. Ele notou que determinados conjuntos de preferências no modelo da dobradinha mãe e filha resultavam em características muito semelhantes às descritas por Hipócrates até os tempos de Alfred Adler, Erich Adickes, Eduard Spränger, Ernst Kretschmer, e Erich Fromm (os últimos teóricos de Temperamento anteriores a Keirsey). De uma hora para outra, séculos de observações e insights complementares foram incorporados às descrições dos 16 Tipos de Personalidade descritos por Isabel Myers e sua mãe, Katherine Cooks Briggs.
Keirsey descobriu que o temperamento Guardião resultava da combinação da Sensação com o Julgamento (xSJx), o Artesão da combinação da Sensação com a Percepção (xSPx), o Idealista da combinação da Intuição com o Sentimento (xNFx), e o Racional da combinação da Intuição com o Pensamento (xNTx). Veja abaixo um resumo das descrições dos 4 Temperamentos do Modelo de Temperamento de Keirsey:
A tabela abaixo contrasta de forma mais detalhada e sistemática as características dos 4 Temperamentos:
Recomendamos que você prossiga à seguinte leitura:
Modelo dos Estilos de Interação
O benefício que este modelo traz está em sua utilização suplementar às leituras feitas através do Modelo das Preferências Individuais, do Modelo dos Estilos de Interação, e do Modelo dos Processos Cognitivos.
O diagnóstico do Tipo de Personalidade real do indivíduo só poderá ser afirmado com um mínimo de certeza após observações congruentes serem efetuadas através de cada um destes modelos.